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Reflexões sobre o Facebook

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Não aderi a nenhuma rede social virtual – nem nunca me seduziu aderir – mas ontem fui surpreendida com a informação de que estou no Facebook...


Uma foto indiscreta, colocada pela Ana, denuncia a minha presença num almoço com um grupo de amigos queridos, onde estou caricata e alegremente ostentando, sobre o cocuruto, um chapéu em forma de cone!!!

É a segunda vez que isto me acontece! A primeira aconteceu quando me apresentaram a Carla. “Eu conheço-te!” – disse ela. Concluí de imediato que talvez tivéssemos frequentado algum local em simultâneo. Mas não! “Conheço-te do Facebook! Estás numas fotos tiradas em Sintra!” Ah!... – disse eu - Então foi a Vie!!!

Ora aqui está uma provocação que me conduziu a uma reflexão sobre esta questão das chamadas “redes sociais”....

Não tenho, nem nunca tive, fotos minhas expostas em casa. Porquê? Talvez porque as minhas memórias não estão naquela forma energética. Não preciso de fotos – que apenas mostram uma “realidade” que para mim já não existe – para me lembrar do que o meu coração guarda.

Sendo assim, se não tenho exposição de fotos em casa, por que razão estou eu numa exposição que pode ser vista pelos mais de 500 milhões de “users” do Facebook? ...sem considerar aquele pequeno detalhe de que passei a fazer parte dos arquivos do FBI – que luxo! – já que, mesmo que sejam retiradas, todas as fotos publicadas, uma vez publicadas, passam a ser propriedade do Governo dos EUA...uma medida gloriosa em prol da vitória, na “Guerra contra o Terror”! – sim, porque nunca se sabe qual dos nossos amigos é amigo de quem, não é?. Os “rapazes” têm lá as suas razões... afinal de contas, espiões russos, que foram recentemente presos pelo FBI, confessaram ter escondido mensagens secretas em imagens disponíveis na internet.

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Neste aspecto, não é só através do Facebook que as nossas vidas vão estar sob o olhar paternal do nosso Big Brother... 


Como talvez saibam – veio no Diário de Notícias de 2 de Janeiro 2011 – há um acordo entre o Governo português e os EUA para acesso às bases de dados do Arquivo de Identificação Civil e Criminal... e o FBI, com a justificação da luta contra o terrorismo, quer também aceder à ainda limitada base de dados de ADN de Portugal.

Um destes dias, por acaso, li o que o criador de um site anunciava: "Aqueles que acompanham o site pelo Facebook, foram avisados do encerramento da nossa conta que se dará esta semana. Qual o motivo de deixar de utilizar o Facebook? Aqui vai a resposta: nunca me senti confortável no Facebook e às vezes me sinto até “enjoado”. Confesso que fiquei, num primeiro momento, relutante em encerrar a minha conta, principalmente porque muitos acompanham as postagens por lá. Todavia, sempre que entro no Facebook, me sinto muito mal e não sei explicar o por quê”.

Não sou capaz de adivinhar o que se passa com este jovem, mas é evidente que ele consegue captar alguma coisa de estranho que se passa na “rede”. Provavelmente não desenvolveu capacidades de defesa em relação a esse ambiente... um ambiente talvez idêntico a certos locais onde não nos sentimos bem ou outros espaços com “atmosfera demasiado pesada”.

Não faço a apologia do Facebook, mas também não quero “demonizá-lo”...embora alguma coisa me diga que essa rede social deve ter alguma espécie de íman que atrai aqueles meus amigos com quem gosto de conversar... o que agora raramente consigo fazer... porque não estou no Facebook!!!

O Facebook é sem dúvida uma poderosa ferramenta de marketing e divulgação e um interessante instrumento de uma nova forma de relacionamento.

E é sobre esta nova forma de relacionamento que as minhas reflexões se debruçam.

Ouvi há pouco no noticiário que uma freira que vivia em clausura no mosteiro de Toledo, em Espanha, foi expulsa do convento por ter conta no Facebook...Conhecida como a “Irmã Internet”, tinha mais de 2.000 seguidores!

Efectivamente... tudo está em mudança! Como relacionar a definição milenar de “clausura” – no conceito das diversas religiões, claro está – “fechamento”, como um arco de 360 graus a sugerir um círculo, sinónimo de um modo particular de vida, solitário, de afastamento do mundo, de ruptura de todo o vínculo com o mundo exterior, para uma entrega ao mais profundo do seu próprio Ser, de Deus ou como se queira chamar... como relacionar esta “vivência” solitária e interiorizada com a “convivência” do Facebook?

Fez-me pensar que há, provavelmente, muitos “solitários” à procura de Deus no Facebook!

Eu sou franca: Gosto mais de procurar Deus nas tais conversas com os meus amigos, à frente de um prato de sopa ou de uma chávena de café... ou então... seguindo a sugestão de Khalil Gibran, em “O Profeta”:

“E se quereis conhecer Deus, não vos preocupeis em resolver enigmas. Olhai antes à vossa volta e vereis Deus brincando com os vossos filhos. Olhai para o espaço e vereis Deus caminhando nas nuvens, estendendo os braços no relâmpago e descendo na chuva. Vereis Deus sorrindo nas flores, levantar-se e agitar as mãos nas árvores”.

Fonte :  Artigo elaborado pela amiga Fernanda.

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